A seguir, apresentamos uma matéria publicada no Jornal do Grêmio Politécnico em 2022, de autoria do nosso estimado ex-membro Luca Paniago.
Como já discutido no jornal, um dos grandes diferenciais da Poli para a tão aclamada formação de engenheiros são os grupos de extensão. Entretanto, já imaginou como foi o início de cada um deles? Quando são apresentados na Semana de Extensão, por exemplo, a impressão (pelo menos a minha) é de estarem consolidados, formados por especialistas na área e como se sempre tivessem existido daquela forma. Com isso, este texto almeja mostrar o início do mais novo grupo de extensão politécnico, o PoliSat, do qual faço parte.
O PoliSat foi fundado oficialmente em 2021, dentro do PET Mecânica, assim como o Projeto Júpiter, e tem como propósito ser o primeiro grupo a desenvolver CubeSats, uma classe de nanossatélites, com menor complexidade do que os satélites convencionais, já que, por exemplo, os CubeSats são baseados em unidades cúbicas de apenas 1000 cm³. Sendo assim, o grupo possui os primeiros trabalhos focados em duas atividades: participação da OBSAT (Olimpíada Brasileira de Satélites), com o CubeSat Tucanae I e no desenvolvimento do Polaris I, satélite com proposta de ser finalizado até Julho, sem ter o intuito de participar de competições (missão interna).
No entanto, todas nossas atividades estão sendo experienciadas, pela primeira vez, por cada um dos integrantes; ou seja, não há aquele auxílio de possíveis membros mais antigos e experientes que já participaram de diversas competições e missões, como comumente é visto nos diversos grupos da Poli. Por isso, caro leitor politécnico, você deve estar pensando: “Como é que vão construir um satélite do zero?”. Com muita pesquisa, é claro! Toda a base está sendo construída nesse exato momento para o futuro do grupo; logo, a documentação de nossas descobertas de como tornar nossos CubeSats uma realidade é fundamental. Tudo está pautado na grande força de vontade de querer dar certo, visto que há uma fonte inesgotável de informações na palma de nossas mãos, na internet.
Expresso, então, minha admiração por todos os outros grupos de extensão da Poli que passaram por esse momento inicial desafiador, turvo e devidamente inseguro, e que hoje são referências no Brasil e no mundo por suas atividades. Essa turbidez pode ser, por um lado, desanimadora, mas possui o nobre encanto de ser a base da descoberta do que é fazer engenharia! A aprendizagem nada mais é do que ultrapassar essa névoa da ignorância para realizar ações que nos preenchem e transformam o mundo que nos envolve. Pode ser que nem todas as escolhas sejam certeiras, mas estar presente na formação do primeiro grupo de satélites da Poli, e representar essa escola renomada nas diversas missões já é extremamente recompensador.
Apesar de ter um número pequeno de membros, muitas incertezas e medos, o simples fato de estar “engenheirando”, não necessariamente com satélites, mas carros, aviões, foguetes, drones, lembra o porquê de estarmos fazendo engenharia aqui e o propósito para esses cinco anos (ou mais) a que somos submetidos.
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